quinta-feira, 5 de junho de 2014

Suspeita

Já devem fazer mais ou menos umas 4 semanas que conheço Marcos, basicamente um mês. Mas ultimamente, ele não parece ser o mesmo. Desde nossa ida à floresta ele parece meio diferente.



Conheci Marcos pelo facebook, ambos estávamos no inicio de nosso conhecimento sobre creepypastas. Nós dois participávamos de um grupo relacionado a terror. Desde que começamos a conversar nunca tivemos problemas com assunto. Sempre conversávamos sobre terror, filmes, séries de TV, livros e tudo mais. Na segunda semana após conhecermos um ao outro ele me disse que havia descoberto uma nova creepypasta, uma relacionada a uma criatura, um tal Slender Man. Ele me disse que estava determinado a achar essa criatura. É claro que achei besteira, depois de ler sobre o Slender Man conclui que ele deveria viver em algum outro lugar, apenas uma hipótese. Ele então me chamou para participar desta caçada, mesmo achando besteira, seria legal. Ambos temos a mesma idade, os mesmos gostos e eu não tinha muito o que fazer, então concordei. Como nos conhecíamos apenas pela internet trocamos endereços. Para minha surpresa ele não morava muito longe de mim, uma caminhada de meia hora e eu já estaria na casa dele, ou vice-versa.

Após chegar lá fiquei ansioso para conhecer aquele que compartilhava dos mesmo gostos que eu. Quem me atendeu foi sua mãe. Ela me recebeu muito bem e convidou-me para entrar dizendo que eu poderia ficar à vontade, disse-me também que Marcos estava preparando sua mochila e que logo desceria. Como qualquer pessoa normal fiquei meio sem graça, estava sem papo e não sabia sobre o que conversar. Para minha sorte Marcos desceu em menos de 2 minutos. Ele era exatamente como eu pensava, talvez porque eu já havia visto em suas fotos de perfil. Ele pareceu feliz em me ver.

Finalmente nos conhecemos! - disse ele com um sorriso no rosto.
Uma hora teria que acontecer - Quando eu disse isso sua mãe mostrou-se feliz. Poderiam ser muitos os motivos, talvez ele não tivesse muitos amigos, talvez ficou contente por saber que boas amizades podiam ser feitas pela internet, nunca saberei, mas que importância isso tem? No final das contas, nenhuma.

Caminhamos em direção a uma floresta próxima de sua casa. No caminho ele me contou que já havia ido com seus amigos uma vez lá, mas fugiram por nada, apenas medo. Após atravessarmos uma pequena ponte ele me contou que um dos motivos que o levou a acreditar que o Slender Man poderia habitar por ali era tanto a floresta quanto o riacho que atravessamos pela ponte. Até que fazia sentido, a creepy dizia que ele costuma ser visto perto de rios e florestas, mas não achei que ele realmente habitaria logo essa floresta.

Continuamos a caminhar até que chegamos a parte fechada da floresta. Quando digo fechada quero dizer que ela era densamente arborizada e mau podia se ver o céu. Admito que no momento achei bem assustador, não pela creepypasta do Slender Man, mas sim porque ali poderia existir algum maníaco ou assassino, sei lá. No entanto nossa conversa me aliviou e me distraiu. Andamos por cerca de 40 minutos e não achamos nada, não sabia se ficava feliz ou chateado por isso. Logo em seguida descobri que deveria ficar feliz....

Me separei de Marcos por um segundo quando ele gritou me dizendo que viu algo. Corri até ele e pude ver do que ele falava. A criatura realmente existia, mas como seria possível? Ela era idêntica as descrições. Estávamos paralisados, ambos não podíamos correr, até que comecei a me sentir mau, eu estava enjoado e tudo estava ficando escuro.

Acordei. Marcos estava berrando e me implorando para acordar. Quando tomei consciência do que estava acontecendo levantei-me e começamos a correr. Acho que nunca corri tanto na vida, até mesmo porque nunca tinha presenciado uma situação dessa. Não olhamos para trás até atravessarmos a ponte. Por algum motivo nós dois só paramos após atravessá-la. Quando olhamos ele estava lá, só que do outro lado. Por que? 

Seguros de que ele não nos seguiria, cada um de nós voltou para sua respectiva casa. Chegando em casa, fui para o computador ver se Marcos estava online, precisávamos conversar sobre aquilo. Para minha sorte ele estava e assim como eu, queria conversar. Ambos ainda estávamos com medo, mas estávamos certos de que ninguém acreditaria em nós, nem eu mesmo acreditava antes de ver com meus próprios olhos. Combinamos de que aquilo ficaria apenas entre a gente. Mas ainda não estava satisfeito, queria saber o que aconteceu quando desmaiei. Ele me contou que naquele momento me viu cair e quando foi olhar para criatura viu que ela não estava mais lá. Naquele momento ele desesperadamente tentou me acordar e disse que a criatura apareceu bem diante de mim e desaparecendo e felizmente eu acordei logo em seguida. Fiquei pasmo quando li aquilo. Mas não havia com que se preocupar, certo? Estávamos seguros em nossas casas. Desde então varri a internet em busca de mais informações.

Na semana seguinte tentei contar para Marcos o que eu já havia descoberto, porém ele se recusava a falar sobre isso e me disse para esquecer todo o ocorrido. Fiquei revoltado com aquilo, descobrir mais sobre a criatura tornou-se uma necessidade e ele já não se interessava mais pelo mesmo que eu. Esquecer aquilo seria impossível. Mesmo sem a ajuda dele resolvi continuar em busca de mais informações. Eu já estava ficando paranoico. Muitas vezes tentei falar com Marcos sobre o assunto, mas ele negava e chegava a me ignorar. Comecei a suspeitar que ele estaria escondendo alguma coisa, até que li algo relacionado a proxys. Era isso! Ele estava sendo controlado pelo Slender Man. Alguma coisa aconteceu quando desmaiei, alguma coisa que ele não me contou. Ele realmente deveria estar apenas fingindo não se interessar para não levantar suspeitas, mas é claro que depois de tudo que li ele não poderia mais se esconder. Pensei em dizer a ele que eu já estava ciente de tudo, mas achei melhor não dizer nada pois algo de ruim poderia acontecer.

Dias depois eu não sabia mais em quem confiar, Marcos era um proxy, e quem seria o próximo? Eu já não sabia o que fazer. Eu precisava evitar que o Slender Man viesse atrás de mim. Ele já estava com Marcos e eu seria o próximo. Na manhã seguinte tomei uma decisão, eu iria para a floresta atrás da criatura, no entanto rejeitei a ideia, era uma missão suicida. Dessa forma, resolvi falar com Marcos, essa seria minha ultima tentativa de falar com ele sobre o assunto e provar pra mim mesmo que ele não é um proxy. Tomei coragem e fui adiante. Comecei a conversa normalmente com um "oi" e um "tudo bem?". Depois de enrolar um pouco finalmente toquei no assunto do Slender Man. Para minha surpresa, dessa vez ele não mudou de assunto nem me disse para esquecer tudo, desta vez ele se entregou e me perguntou o que mais eu queria saber. Perguntei se ele havia tido algum outro encontro com o Slender Man ou coisa do gênero. Ele pareceu hesitar em responder, mas logo disse que apenas ouvia sons vindos de sua janela e muitas vezes passos, mas disse que acreditava serem folhas batendo na janela e seus pais andando no meio da noite para pegar um copo d'água ou coisa do tipo. Eu ainda suspeitava dele...

Mesmo não obtendo respostas ou qualquer coisa que me ajudasse a compreender tudo eu ainda estava determinado a entender o que estava havendo, não desistiria tão fácil. Comecei a observar mais Marcos, sempre verificava se ele estava online para ter certeza de que estava em frente de um computador e não obedecendo ordens daquele ser, houve até um caso em que fiquei observando sua casa. Eu já estava no meu limite, já era hora de descansar um pouco, dormir e relaxar. No dia seguinte enquanto eu estava no Facebook notei que Marcos não estava online como de costume. Estranhei é claro. Geralmente ele entrava todos os dias naquele mesmo horário, era como um vicio. Deixei de lado mas fiquei atencioso esperando que logo ele estivesse online. Passaram-se 7 horas e nada. Era realmente muito estranho. Mesmo que ele tivesse saído ou coisa do gênero, ele sempre deixava seu Facebook aberto no celular. Decidi então ir até sua casa. Depois do jantar disse para meus pais que ia dormir, acharam estranho mas logo aceitaram. Subi então até meu quarto e em seguida me aprontei e sai escondido pela janela. Corri até a casa de Marcos e quando cheguei tudo estava apagado. Como eu disse, eu estava no meu limite, dessa forma resolvi entrar em sua casa. Para minha surpresa a porta estava aberta, sendo assim não hesitei em entrar. Tudo estava normal, nada bagunçado, sem sangue, tudo parecia estar certo. Subi então as escadas na esperança de encontrar algo que me desse respostas. Fui em direção a uma porta e quando abri descobri que era o quarto dos pais de Marcos, mas não era só isso. Os pais dele estavam mortos, não simplesmente mortos, foram mutilados. Na parede havia algo escrito com sangue.


"VOCÊ AINDA NÃO SE TOCOU?"

Corri e fui em direção a outra porta. Era o quarto de Marcos. Ele parecia estar dormindo e quando fui tentar acordá-lo descobri que ele também estava morto. Eu estava apavorado. Até o que sabia Marcos era um proxy, um servo do Slender Man. Como ele poderia estar morto? No meio do desespero acabei olhando para o espelho em seu armário e nele estava escrito "FOI VOCÊ" com sangue. Naquele momento tudo fez sentido. Comecei a ter consciência de tudo. Marcos não era um proxy, eu sim. Minha obsessão era uma prova disso. Eu matei Marcos e sua família, e era eu quem era o verdadeiro servo do Slender Man.

Autor: Pedro R.

*Segundo estudos, quem comete plágio desce o rego na mandioca

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Você se prostitui, no entanto isso não é responsabilidade nossa e nem queremos estar cientes de tal fato. Deixando claro que o Predomínio do Terror não incentiva tal ato.

      Grato por comentar!

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