sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Porão

Naquela noite, Luni foi à casa de sua avó. Ele estava em uma fase ruim de sua infância. Havia se mudado para uma nova cidade, tinha ido para um novo colégio, então novas amizades e tal. E Luni não havia conseguido se acostumar ainda, então foi passar o fim de semana na casa da avó, já que ele se divertia bastante lá e gostava de ficar com ela.

A vó deixava o garoto livre, podia correr e brincar, contar piadas com ela. Bem, um garoto de 9 anos adora isso.Só tinha um regra na qual Luni deveria respeitar: NUNCA ENTRE OU CHEGUE PERTO DO PORÃO! O garoto sempre respeitava essa regra, pois sua vó era uma pessoa muito dócil e amigável e quase nunca falava sério, porém se referindo ao porão e ditando essa regra ela ganhava um ar afobado e irritado deixando Luni sempre um pouco assustado, então ele sempre respeitava e nunca nem sequer pensava em desrespeitar aquilo.

Por incrível que pareça, Luni parecia não se divertir dessa vez, mesmo estando na casa da vó. A vó então, resolveu conversar com o garoto:

- Filho, venha cá! Olha por que está assim, tão deprimido?

- Vó, sinto saudades de antigamente, é tudo tão triste agora!

- Ora menino, pare com isso! Você logo se recuperará e fará novos amigos! Além do mais você ainda mantém contato com alguns antigos amigos.

- É mesmo vó. Brigado!

Luni se soltou do braço da vó e foi brincar.

Logo chegou a hora de dormir e Luni logo se deitou ansioso pelo dia de Domingo. No dia seguinte, ele se levantou bem animado e disposto. Tomou café da manhã e voltou com suas brincadeiras. Ele jogava bola no pátio quando sua vó o interrompeu. Ela disse que ia sair e quando já estava na porta, parou e deu o último aviso:

- Já sabe, NÃO VÁ PARA O PORÃO! Luni ficou olhando um pouco confuso e perguntou:

- Vó, o que é que tem lá, que preocupa tanto a senhora a ponto de não me deixar ir para lá? - A senhora ficou olhando para ele e com um olhar triste direcionado ao chão, ela disse com uma voz um tanto deprimida:

- Nada neto querido, só simplesmente quero que não vá.

Luni concordou e voltou a brincar.

A vó dele foi a um casa vizinha dali, e Luni apesar de ter concordado com a regra da vó e nunca nem sequer ter pensado em desrespeitar a regra, teve um sentimento repentino de curiosidade, fez o menino pensar em desrespeitar. Ele ficou refletindo " Será que devo ir mesmo? O que será que tem lá? Por que minha vó não me deixa ir lá e nem ao menos chegar perto? A, droga se eu for ela pode chegar a qualquer hora! "

No fim de tudo, ele resolveu ir bem rápido só dar uma espiadinha. Ele não queria entrar muito para não ser pego por sua vó e acabar magoando-a. Rapidamente, Luni desceu as escadas que davam acesso ao porão. Ele percebeu que a porta estava escorada e não trancada como deveria estar já que sua avó não queria que ele entrasse. O garoto ignorou o fato e entrou.  Ao entrar ele viu que a escuridão do local era demasiada. Procurou uma lanterna ao seu redor e achou. Infelizmente ela parecia estar com a bateria fraca, mas já era o suficiente. Ele começou a olhar tudo, o lugar não parecia ser muito grande. O garoto estava calmo, até que algo caiu no chão e ele perguntou like a tiozinho que costuma morrer primeiro em filmes de terror:

- Quem está aí?

Ninguém respondeu, mas Luni ouviu passos à alguns metros dele. Agora ele começou a tremer. Virou-se para trás para correr e sair dali, quando um garoto da mesma altura que ele, aparentando ter a mesma idade apareceu barrando Luni. Luni caiu no chão e ficou observando aquele garoto. O garoto, parecia mais um monstro, usava uma camisa parecida com a de um presidiário, tinha olhos totalmente escuros e olhava para Luni, virando a cabeça de um lado para o outro como se tivesse tentando reconhecer ele. Luni começou a se levantar lentamente, ele só conseguia pensar que finalmente sabia o motivo pelo qual a vó dele dizia para que nunca entrasse ali.

A coisa ainda olhava Luni, e Luni começava a andar para trás. Infelizmente, Linu esbarrou em um pequeno armário, fazendo um barulho brusco que fez aquele garoto que o encarava começar a soltar um berro que fez a porta porão se fechar, o que seria horrível, já que provavelmente ninguém escutaria Linu. O bicho continuava à gritar e Linu já estava chorando de perturbação. O bicho começou a jorrar sangue pela boca, na verdade ele começou a cuspir em Linu. De repente o bicho, como um raio, chegou ao lado de Linu. Linu gelou e viu que ali seria seu fim, porém Linu percebeu que talvez se jogasse a luz da lanterna na cara da criatura ele poderia ganhar tempo e fugir. Foi justamente isso que ele fez, a luz fez a criatura gritar e começar a gemer no chão. Ela tinha a mão em seus olhos, que derramavam sangue, parece que aluz conseguiu queimá-la. Luni correu até a porta, olhou para trás e viu o monstro se debatendo no chão, virou para frente sorridente achando que ia escapar daquilo, porém ao se virar sua vó apareceu e disse:

- VIU, NÃO DISSE PARA VOCÊ NÃO ENTRAR AQUI!

Com uma faca, ela atravessou o coração do neto matando-o, em seguida o jogou lá dentro do porão e o deixou lá. Quando fechou porta ouviu a criatura lá dentro mastigando seu neto.

 
NUNCA DESOBEDESSAM REGRAS!
 
QUE SEUS PESADELOS SE TORNEM REAIS!
 
TCHAU

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