sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Homem Indiferente

Aquela época da faculdade, era muito boa! Eu sempre me dava bem nas matérias, eu me lembro de que formei-me logo, sem repetir um ano. Tudo ocorreu bem, mas houve uma coisa que me assustou. Isso ocorreu já no fim do último ano da faculdade. Eu devia ter uns 26 anos, por aí. É! É isso mesmo, 26 anos.

Tinha um cara estranhão, que entrou na minha turma, já no último ano da faculdade. Ele era sério, aliás, indiferente, nunca mudava sua expressão. Não era um cara de muitas palavras também, dizia " Oi ", " Tchau " e " hum ". Ele era meio gordo, tinha um cabelo bem curto, era moreno, olhos verdes, um nariz pequeno e achatado. Ele era grande, devia ter mais ou menos 2 metros, acho que disso não passava.



Bem, ele nunca era muito de falar comigo, aliás ele não falava com ninguém. No recreio ele ficava sozinho, ás vezes ele nem comia. Olha, admito que achei o cara muito estranho e ás vezes eu o seguia, pois eu tinha medo dele, sei lá, achei que o cara era um serial killer, é... Olha, veja que o ano inteiro ele me disse um simples " OI " uma vez, no ínicio do ano se não me engano.

Pois é, no penúltimo dia de aula, eu resolvi seguí-lo até sua casa o ideia de jumento né. Assim que acabou a aula, eu fui em direção dele e fiquei parado em sua frente. Ele me encarou com sua cara indiferente de sempre e como sempre todos ali assustados ( para falar a verdade, até professores tinham medo dele ). Ele me tirou de sua frente, eu caí em cima de um cadeira, enquanto ele seguia. Logo fui atrás dele. Nossa, o cara morava, sei lá, a pelo menos 3 km da escola. Eu andei demais, sem contar que ainda tive que me esconder algumas vezes, aquilo foi um pesadelo, porém eu mal sabia que ia ficar pior.

Finalmente o boiola o cara chegou em casa. Ele era meio descuidado, não trancava a porta. Entrei sutilmente na casa dele. Era escuro e abafado. O cara desceu para o possível porão dele, com toda a cautela eu fui lá espionar. A porta do porão, infelizmente estava fechada. Olhei pela fechadura e não vi ninguém perto, resolvi abrir, acabei fazendo um barulho alto e uma luz se ascendeu, eu vi levemente a sombra de alguém no porão, possívelmente era o cara. Eu recuei e fiquei suando atrás da porta. Como eu queria de qualquer jeito descobrir quem era esse cara e o que ele fazia, eu fui olhar de novo, com muita coragem e burrice também. A luz estava acesa, não vi ninguém. Coloquei o pé di fininho, só fui olhar para trás para ver se não havia ninguém mesmo. Caramba! O cara estava atrás de mim, quando olhei eu me ajoelhei, tenso assustado e suado. Ele me cutucou, eu olhei para cima com os olhos esbugalhados de medo. Com a faca que tinha na mão, o cara cortou meu ombro e eu caí o chão de vez, com muita dor. Comecei a gritar e me afastar, entrei dentro do porão e ele foi me seguindo. De repente ele pisou no meu pé, ali já estava com um bastão de beisebol na mão, e em seguida me acertou com ele. Fiquei tonto, e ouvi ele dizer pela primeira vez, mas gostaria de não ter ouvido. Ele disse

BEM-VINDO AO INFERNO!
 
Ele falou ainda com sua cara indiferente de sempre. Eu desmaiei. Quando acordei, estava amarrado, haviam pregos noe meus pés, entre os dedos, um leve movimento que eu fazia e eles me arranhavam. Me encntrava totalmente fraco, todo amordaçado. Alguns minutos depois, vi uma forma na porta do porão, estava parada, tinha furadeira em sua mão. Pariu em minha direção, eu me batia e me contorcia, mas no final!!!
 
 

 

 
Bem, quando vi estava me debatendo na sala de aula e todos estavam rindo de mim. Acontece que com essa ideia de segui-lo e pensando que ele era alguém do mal né, acabei tendo um pesadelo.
 
Ok, desisti de segui-lo, mas no outro dia, na formatura fiquei procurando pelo cara estranho, mas não o achei. Procurei saber com amigos e recebi um jornal com o seguinte aviso que deixou a faculdade inteira chocada, mas não muito surpresa:
 
 
" Um jovem, da faculdade ... foi preso esta manhã. Aparanetemente denuncias de vizinhos que disseram ouvir gritos em pânico altíssimos, assim como choros perturbadores, sons de coisas se quebrando e de furadeiras, mas não como furando uma porta ou uma parede, os vizinhos alegaram ouvir, como se fosse furando um osso. O estudante foi visto com livros de magia negra, além de nunca falar e sempre encarar vizinhos com uma cara indiferente e sem emoção.
A políci foi chamada e ao chegar lá, um dos vizinhos estava amarrado no porão, com parafusos encaixados entre os dedos, apresentava também um corte no ombro e outros ematômas.
O estudante estava pegando uma furadeira quando foi surpreendido pela polícia, assim pego em flagrante. Ele agiu com sua extrema frieza de sempre, o que inclusive, assustou os policiais! "
 
 
Eu fiquei pasmo ao ler aquilo, sonhei com se estivesse no lugar do vizinho. Passei mal no meio da formatura e fui levado a enfermaria.
 
 
CUIDADO, CAROS LEITORES!
 
QUE SEUS PESADELOS SE TORNEM REAIS!
 
TCHAU


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