quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Brinquedos em Chamas - A Boneca Conselheira


BOTE SUA PAMPERS E SONHE!

Aquele sonho recorrente congelava a minha alma. Eu acordava suando frio, ofegante, tentando explicar todo o horror absurdo para a minha esposa. Havia fire in the hole fogo por toda a parte. Paredes de chamas se formavam. Em meio à onda infernal, o chão estava coberto de detritos de plástico derretidos.

Brinquedos.

Unicórnios de plástico, pequenos homens verdes do exército, pequenos robôs que gritavam "Perigo!" e "Eu vou entrar!" enquanto as suas vozes metálicas gradualmente se distorciam por entre as chamas. Eu mal podia olhar para o chão com todos aqueles rostos deformados e sem vida de plástico olhando para mim. Enquanto eu procurava pela saída nesse sonho, eu percebi uma figura se aproximando através da chama. Era alguém mais alto do que eu. Muito mais alto. Eu inicialmente pensei que aquela pessoa era um bombeiro, e com um sentimento de alívio eu caminhei em direção a ela. Somente quando a forma maciça rompeu o fogo eu percebi o horror que eu estava vendo. Uma boneca de pano gigante com olhos de botão e cabelo feito de fios se jogou em cima de mim, com um sorriso silencioso que parecia evitar oferecer qualquer sentimento de alegria por trás de seu rosto chamuscado. Rapidamente caindo e se inclinando, o brinquedo me prendia em um abraço, quase como se me amarrasse em um nó.

A jornada dolorosamente lenta em direção às camadas mais profundas daquelas chamas extraía de mim reações limitadas à chutes e gritos, mas o enorme brinquedo continuava a me apertar.

Então, o efeito do crack passava eu acordava... momentos antes das chamas em meu corpo trazerem consigo uma versão final da morte. Como quase todas as manhãs, eu tentava distrair as lembranças de tal visão aterradora simplesmente seguindo com o meu dia. Eu dava adeus a minha a esposa com um beijo, largava o meu filho na creche, e por fim, eu afundava os meus dentes em um dia inteiro de trabalho no escritório.

Mas a última manhã foi diferente, e isso porque o próprio sonho foi diferente. Tudo o que levava até o clímax era idêntico, mas enquanto eu involuntariamente era jogado no abismo ardente, a boneca sussurrou algo no meu ouvido. Ela nunca havia falado antes. "Não lute, Mark. Eu sou maior que você."

A pronunciação quase musical e a voz infantil tornaram um sonho já inquietante em algo ainda mais aterrorizante. Quando acordei naquele dia, eu mal conseguia me mover. Minha esposa tendeu a tentar falar comigo após 15 minutos antes de eu vir para fora do quarto, fitando os seus olhos em paralisia impassível. Durante todo aquele tempo, meus músculos pareciam estar queimando.

"Fique em casa hoje", ela insistiu: "Eu vou para o trabalho, mas você pode ficar por aqui e relaxar. Tudo bem?" No começo eu era contra a ideia. Eu tinha que realizar minhas tarefas, não importava o meu estado. Porém, o calor da minha testa contra as palmas das minhas mãos me fizeram reconsiderar.

"Tudo bem... você ganhou. Eu vou ficar aqui com o garoto."

Nosso filho tinha ouvido e visto tudo, desde a minha atordoada e cambaleante saída do quarto, até a voz preocupada da minha esposa. Ele correu em direção à cama e se lançou entre nós com a habilidade acrobática de um lutador profissional. "Eeeiiii! Papai!" ele alegremente gritou na minha cara.

O telefone tocou logo após o almoço, enquanto ele e eu compartilhávamos sanduíches de manteiga de amendoim e caixas de suco. No outro lado da linha eu escutei uma voz severa e desprovida de humor.

"Mr. Maready?"

"Sim?"

"Aqui é o Oficial Harwick. O seu filho é da Creche Happy Hollows?"

"Sim, por quê?"

"Eu realmente sinto muito dizer isso, mas... aconteceu um incêndio..."

Larguei o telefone e lancei os olhos até o meu filho. A mudança súbita e extrema em minha expressão facial levou-o imediatamente ao choro. Corri até ele, me ajoelhei e joguei os meus braços em torno dele, assegurando-lhe de que estava tudo bem. Eu disse a ele que o amava várias e várias vezes.

Pelo o que eu soube, o jovem casal que cuidava da Happy Hollows havia dormido em uma sala com um monte de parafernálias para drogas. Todo o edifício eventualmente pegou fogo e nenhuma das crianças conseguiram sair. Os dois haviam deixado a sua filha no comando. Ela tinha sete anos de idade, e aparentemente ela havia pego as outras crianças e as arrastou para um armário por "segurança".

Eu sabia que havia algo errado quando a boneca falou comigo.

"Não lute, Mark. Eu sou maior que você." ela disse.

"Eu te amo muito, você sabia disso?" Eu segurei meu filho e chorei: "Eu amo você, Mark."


Fonte: Lua Pálida


É, ESSA SURPREENDEU!

QUE SEUS PESADELOS SE TORNEM REAIS

BOA TARDE

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