BOTE SUA PAMPERS E PROTEJA-SE DAS SOMBRAS!
Fala ae galera, hoje no décimo episódio da série dos malditos, eu irei lhes apresentar um conto creepy. Saindo um pouco do costume, esse conto não foi produzido por mim, eu o retirei do blog Creepy Terror ( o link do conto estará no final da postagem ) pois achei bem interessante e surpreendente. Então, é isso, fique com o conto:
ONDE HABITAM AS SOMBRAS
Na mais profunda e completa escuridão, o velho Jerônimo contou ao visitante que iria lhe mostrar o lugar onde as sombras habitavam, em sua residencia. Ainda contaminado por um descrédito imensurável, Olavo soltou o ar pelas narinas, mostrando impaciencia, e comunicou que já havia passado a última hora inteira em um dos breus mais escuros, esperando pelas tais sombras, porém o anfitrião ainda não havia mostrado o lugar mágico e poderoso, cheio de fadinhas a localidade em que as sombras habitavam.
O visitante havia sido conduzido àquela pequena sala por Jerônimo, o ceguinho que vivia naquela pobre vivenda há muitos anos. O mais velho disse:
- Olavo, você bem sabe que prezo muito sua amizade. E ratifico meu agradecimento à você por atender ao meu chamado.
Subitamente, após uma pausa, o idoso declarou:
- Meu fim está perto. Este fraco coração que bate em meu peito e minha idade avançada logo me derrubarão.
- Pare com isso, Jerônimo- interveio o convidado. - Você não vai morrer agora. O doutor Eliseu está lhe assistindo. Ele é um ótimo médico e lhe visita em sua casa há muitos anos...
- Não há muito o que fazer- Interrompeu bruscamente, o velho. - Atualmente a medicina é tão incipiente que ainda recorre ao uso de ervas medicinais. Temo que por toda essa década de 70, nada poderá ser feito. E meu fatigado corpo não conseguirá resistir mais 4 anos, ou seja, não chegará à próxima década. Mesmo assim, serei feliz quando morrer.
- Não diga isso, caro amigo. Lute pela vida.
- Nobre amigo, eu já tentei essa alternativa. No meu atual estado é somente uma ilusão. Um perverso delírio inalcançável. Por agora, só preciso que você veja as sombras e que passe crer na existência delas. Elas ditarão o caminho a partir de agora. E se você ousar combatê-las, seu olhos serão cingidos e inominável dor tomará suas órbitas.
A conversa prosseguia na escuridão.
- Podem até existir, afinal, ao se fazer um jogo de luz, elas surgirão. Daí em diante, eu já não acredito... Não acredito que elas tenham vida própria. Não creio que elas sejam más. Não creio que saiam da parede e venham nos atacar. Não creio em nada disso. Para mim são somente meras companheiras.
- Ouço o timbre de sua voz, amigo. Está insuflado por um sentimento que tive há anos, quando eu as conheci. O MEDO! Mas em parte você tem razão. Elas nunca se destacarão da parede para nos atacar- Olavo riu nervosamente. Era seu único recurso contra a certeira afirmação do outro. Jerônimoooooooooooo continuou:
- Vou acender a vela. - O velho, mesmo cego, mostrou agilidade pegando a vela que jazia sobre o antigo candelabro, sobre a mesa.
- Peço ao amigo que me perdoe. Rogo que não guarde rancor deste velho cego.
- Acenda! - a voz de Olavo vacilou de medo.
Jerônimo riscou o fósforo e Olavo viu os olhos, cujas escleróticas tendiam para um matiz amarronzado, e a íris, coloridas por um triste azul opaco, do ancião. Do antigo e pálido rosto, depreendia-se que havia passado por anos e anos de sofrimento e clausura. Então, algo chamou a atenção do visitante. Um reflexo enegrecido, passou tão rápido como um piscar de olhos da íris direita para a esquerda, do velho Jerônimo. Instantaneamente, Olavo empertigou-se na deletéria cadeira, fazendo-as arrastar pelo chão empoeirado.
- O que foi isso nos seus olhos? - O visitante sussurrou fazendo a chama tremeluzir a sua volta.
- São elas. Como disse, em parte você tinha razão. Imaginou que estavam na sala? Chegou a ponderar que elas poderiam usar paredes e chão para se locomoverem? Achou que viviam ao meu derredor? Enganou-se, meu estimado amigo. São parte de mim há décadas. Tiraram minha visão por longos anos. E com fim, abençoadamente próximo, desse corpo senil, é imperioso para o bem de minha alma, que eu as entregue para outro... GUARDIÃO, por assim dizer. Perdão nobre amigo, mas é assustadoramente necessário. Elas querem. E quando elas querem e não são atendidas... a dor se avizinha.
No segundo seguinte, um feixe tão escuro quanto a noite saltou dos olhos do velho Jerônimo em direção as íris castanhas de Olavo. Este nada fez, apenas permaneceu entorpecido com o bailar ondeado e nefando que lhe toldava a visão. A cabeça do visitante continuou ereta, mas a pele certamente envelheceu alguns bons anos após a transposição das forças sobrenaturais. Os olhos do novo mantenedor do mal ficaram iguais aos de Jerônimo. Com o rosto encovado, Olavo não conseguiu ver, pois já estava cego, mas o cadáver de Jerônimo, num movimento espasmódico, caíra da cadeira e começara a enroscar-se em si mesmo, como se estivesse sendo revirado para dentro de si, qual um pedaço de plástico se comporta ao ser atirado ao fogo. Os ossos quebraram paulatinamente, o cadáver encolheu rapidamente até que sumiu. A tudo o novo guardião ouviu com atenção e horror.
Para Olavo só restaria esperar o momento em que as sombras desejariam deixá-lo e ingressar em novo corpo. Com sorte e com o passar dos anos, ele poderia convidar o doutor Eliseu e apresentar aquele antigo mal que naquele maquiavélico momento maculava seus olhos e administrava suas ações.
Fonte: Creepy Terror
- Não diga isso, caro amigo. Lute pela vida.
- Nobre amigo, eu já tentei essa alternativa. No meu atual estado é somente uma ilusão. Um perverso delírio inalcançável. Por agora, só preciso que você veja as sombras e que passe crer na existência delas. Elas ditarão o caminho a partir de agora. E se você ousar combatê-las, seu olhos serão cingidos e inominável dor tomará suas órbitas.
A conversa prosseguia na escuridão.
- Podem até existir, afinal, ao se fazer um jogo de luz, elas surgirão. Daí em diante, eu já não acredito... Não acredito que elas tenham vida própria. Não creio que elas sejam más. Não creio que saiam da parede e venham nos atacar. Não creio em nada disso. Para mim são somente meras companheiras.
- Ouço o timbre de sua voz, amigo. Está insuflado por um sentimento que tive há anos, quando eu as conheci. O MEDO! Mas em parte você tem razão. Elas nunca se destacarão da parede para nos atacar- Olavo riu nervosamente. Era seu único recurso contra a certeira afirmação do outro. Jerônimo
- Vou acender a vela. - O velho, mesmo cego, mostrou agilidade pegando a vela que jazia sobre o antigo candelabro, sobre a mesa.
- Peço ao amigo que me perdoe. Rogo que não guarde rancor deste velho cego.
- Acenda! - a voz de Olavo vacilou de medo.
Jerônimo riscou o fósforo e Olavo viu os olhos, cujas escleróticas tendiam para um matiz amarronzado, e a íris, coloridas por um triste azul opaco, do ancião. Do antigo e pálido rosto, depreendia-se que havia passado por anos e anos de sofrimento e clausura. Então, algo chamou a atenção do visitante. Um reflexo enegrecido, passou tão rápido como um piscar de olhos da íris direita para a esquerda, do velho Jerônimo. Instantaneamente, Olavo empertigou-se na deletéria cadeira, fazendo-as arrastar pelo chão empoeirado.
- O que foi isso nos seus olhos? - O visitante sussurrou fazendo a chama tremeluzir a sua volta.
- São elas. Como disse, em parte você tinha razão. Imaginou que estavam na sala? Chegou a ponderar que elas poderiam usar paredes e chão para se locomoverem? Achou que viviam ao meu derredor? Enganou-se, meu estimado amigo. São parte de mim há décadas. Tiraram minha visão por longos anos. E com fim, abençoadamente próximo, desse corpo senil, é imperioso para o bem de minha alma, que eu as entregue para outro... GUARDIÃO, por assim dizer. Perdão nobre amigo, mas é assustadoramente necessário. Elas querem. E quando elas querem e não são atendidas... a dor se avizinha.
No segundo seguinte, um feixe tão escuro quanto a noite saltou dos olhos do velho Jerônimo em direção as íris castanhas de Olavo. Este nada fez, apenas permaneceu entorpecido com o bailar ondeado e nefando que lhe toldava a visão. A cabeça do visitante continuou ereta, mas a pele certamente envelheceu alguns bons anos após a transposição das forças sobrenaturais. Os olhos do novo mantenedor do mal ficaram iguais aos de Jerônimo. Com o rosto encovado, Olavo não conseguiu ver, pois já estava cego, mas o cadáver de Jerônimo, num movimento espasmódico, caíra da cadeira e começara a enroscar-se em si mesmo, como se estivesse sendo revirado para dentro de si, qual um pedaço de plástico se comporta ao ser atirado ao fogo. Os ossos quebraram paulatinamente, o cadáver encolheu rapidamente até que sumiu. A tudo o novo guardião ouviu com atenção e horror.
Para Olavo só restaria esperar o momento em que as sombras desejariam deixá-lo e ingressar em novo corpo. Com sorte e com o passar dos anos, ele poderia convidar o doutor Eliseu e apresentar aquele antigo mal que naquele maquiavélico momento maculava seus olhos e administrava suas ações.
Fonte: Creepy Terror
AINDA NÃO CRÊ NA VIDA PRÓPRIA DAS SOMBRAS?
QUE SEUS PESADELOS SE TORNEM REAIS!
BOA NOITE!
Muito bom esse conto
ResponderExcluirValeu!
ExcluirGostei,é bastante interessante,a ultima parte foi a mais assustadora,como ja era de se esperar.Porem eu não esperava um final assim...tão sinistro.
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