E então, como dizia a creepypasta, deitei-me às 01h28min, em uma madrugada de lua nova e em Dezembro. Eu trajava roupas apenas brancas, sem estampas, e os lençóis de minha cama eram assim também. Deitei-me de barriga para baixo. Eu estava sozinha em casa, meus pais estavam viajando há alguns dias.
Não demorou muito para que eu começasse a ouvir os sussurros. Sussurros, vozes, gemidos... Ouvi vários tipos de sons vindos de trás de minha porta. A princípio, eu não acreditei que aquilo estava mesmo acontecendo, mas quando me dei conta de que REALMENTE estava acontecendo me assustei. Fiquei com medo de prosseguir, mas já que cheguei até aquele ponto, falei:
— Venha até mim, eu quero conversar.
Ouvi a porta de meu quarto ranger ao abrir. Fechei meus olhos fortemente. O medo aumentava cada vez mais. Estava apavorada.
Senti um peso nas costas, algo me tocava da nuca à cintura. Como se estivesse me acariciando. Quando subitamente senti uma dor imensa. Uma pancada. Como se cortasse minhas costas com lâminas e esmurrassem ao mesmo tempo. A dor era como se minha carne fosse rasgada, estilhaçada, espancada. A dor aumentava, meu corpo esquentava. Eu não tinha mais forças para gritar. De repente dormi!
Só lembro-me de estar no tal quarto com duas janelas em paredes opostas. Uma mesa, duas cadeiras, uma porta e sangue. Sangue por toda parte. Sem falar do mau cheiro. Um cheiro de não sei o quê, mas sei que era forte e repulsivo. Fora o cheiro, era tudo exatamente como dizia a creepypasta. Sentei-me e disse confiantemente:
— Estou aqui!
A porta se abriu vagarosamente. Deparei-me com a criatura que fazia de meus sonhos um inferno. Um ser de aparência indescritível. Ele sentou-se à minha frente. Fiquei inquieta. Eu queria correr. Meu subconsciente mandava-me correr. Mas mantive-me calma. Perguntei o que eu queria saber. Porém, quando ele começou a falar, quase entro em pânico. Mesmo estando em um sonho suei frio, estremeci. Sua voz realmente me arrepiava até a alma, me destruía por dentro de tanto medo. Sua voz era múltipla. Agudos, graves, gritos, rugidos, berros, choro... Estava tudo junto e sincronizado à voz dele. Foi difícil, mas me mantive calma até o fim. Ele parou de falar, apoiou a cabeça sobre o punho direito e eu disse:
— Eu entendo. Eu sou merecedora de saber?
Ele pediu para ver minha mão. Quando dei minha mão a ele, ele percebeu que eu estava trêmula, porém, não hesitei. Ele colocou algo em minha mão e eu não quis nem ver o que era. Após isso, acordei. Olhei o relógio, era exatamente 07h00min. Ao verificar minha mão, vi que não tinha nada lá. De imediato liguei o computador e reli o texto. E como eu temia, eu morreria na próxima vez em que dormisse. Meus pais ainda não tinham voltado de viagem.
Eu estava apavorada, horrorizada, trêmula, desesperada. Não levantei da cama pra nada. Eu não tirava o olho do relógio, contando as horas para que meus pais chegassem. Entardeceu, anoiteceu e eu não saí da cama desde que acordei. Às 22h00min comecei a ouvir barulhos pela casa, estrondos. À meia-noite os barulhos se juntaram a gritos de mulheres, como se estivessem sendo torturadas, e choros de crianças. Eu já não tinha mais lagrimas para derramar. Exatamente à 01h00min os barulhos foram embora. O silêncio era tudo o que se ouvia naquela casa, exceto os soluços de meu choro. Quando o relógio marcou 1h28min os sussurros começavam, vozes... Ouvi a voz, que tanto me dava medo, chamar meu nome.
Eu senti a presença daquela criatura por trás da porta. Eu sabia que ele não faria nada se eu não hesitasse, se eu não me manifestasse. Ele dizia coisas que me aterrorizavam:
— Não adianta. Você vai ter que cair no sono.
Até que eu gritei:
— NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ!
Ouvi um rugido macabro de trás da porta. Não dá pra descrever o medo que eu senti. A porta abriu bruscamente, ele entrou e violentamente avançou contra mim. Senti um cheiro forte. Era diferente do cheiro que eu senti no sonho. Era um cheiro repugnante, um cheiro forte, cheiro de carne podre, morta, cheiro de morte. A criatura berrava insanamente em minha frente. Eu fiquei apavorada. A criatura me infernizava assim como em meus sonhos, mas não era sonho, era real. Apesar do pavor que estava em mim permaneci firme, sem entrar em pânico. Fechei os olhos, abaixei a cabeça e falei pra mim mesma, baixinho:
— Não tenho medo. Não tenho medo. Não tenho medo.
O barulho sumiu e quando abri os olhos, já era dia e havia tudo desaparecido. Senti um calor na minha nuca, um calafrio, um arrepio. E logo após uma voz ecoava pelo local dizendo:
— Voltarei.
Um dia depois meus pais voltaram de viagem e eu ainda permanecia na cama. Sem dormir. Quando me viram naquele estado ficaram horrorizados. Cuidaram de mim. Só dormi depois de quatro dias depois do que aconteceu e na cama de meus pais. Eu não disse para eles nada do que ocorreu. Recuperei minha sanidade pouco a pouco. Eu não quis tocar no assunto e eles perceberam que eu não queria falar do que ocorreu. Acho que eles pensaram que eu tive um pesadelo muito forte, ou algo do tipo, porém, resolveram me levar a um psicólogo. Faz três meses que isso aconteceu e a criatura ainda não voltou desde aquele dia, mas durante as noites de lua nova, ainda posso sentir sua presença e ouvi-lo chamar me nome.
Clique aqui para ler a Parte 1
Fonte: Creepypasta Brasil
domingo, 27 de janeiro de 2013
A Criatura Parte 2: A Experiência
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